Milagre Vida Financeira 3
Problema/Situação/ Contexto
Obs. Esse testemunho foi transcrito de um áudio.
Após um ano prestando serviço para um órgão público (prefiro não comentar qual publicamente), em meados de 2020, no primeiro dia do decreto de isolamento social, fui demitida de uma forma absolutamente injusta por não ceder ao assédio moral e sexual cometido pelo meu chefe. Isso mexeu muito comigo porque eu já havia passado por uma situação similar alguns anos antes.
Para agravar a situação (era uma terça-feira se não me engano o dia do decreto de isolamento social aqui em Curitiba) e a minha preocupação era maior porque eu não contava com a ajuda de ninguém, eu sempre me mantive então eu pagava meu aluguel, minha água, minha luz, etc. e até então as contas estavam bem regulares, não tinha dívida nem nada, mas aí veio a preocupação de uma iminente crise financeira e isso me também me abalou muito, porque da mesma forma, eu já havia passado por uma situação parecida cerca de dois ou três anos antes. E quem contrataria alguém no início de uma pandemia mundial?
Como eu previ, as coisas foram tornando uma proporção maior com essa dificuldade financeira e eu não tinha a quem recorrer (financeiramente falando) porque a minha família era muito humilde. A minha mãe ganhava um salário mínimo, o meu irmão era empregado numa indústria e trabalhava no chão de fábrica então ele tem um salário também relativamente baixo né?
Era ele e uma esposa pra manterem uma casa. Então não tinha a menor condição de eu pedir ajuda financeira pra eles … e até então, eu estava conseguindo me virar com alguns bicos.
No meu trabalho, havia um assessor que era chefe de gabinete e estava com um volume muito grande e atrasado de trabalho porque ele tinha uma esposa e um filho pequeno e não estava conseguindo se adaptar muito ao home office naqueles dias.
Em razão da experiência profissional que eu tinha, ele me fez uma proposta pra me pagar por fora né? Era pra eu ajudá-lo, então ele pagaria por decisões que eu fizesse. Eu analisaria os processos pra ele, faria as decisões ele me pagaria pra isso.
Isso me manteve por algum tempo, mas era uma coisa completamente instável, né? Não tinha como contar exatamente com o valor. Então chegou um determinado mês que as coisas foram se afunilando e eu recebia um valor relativamente baixo, era uma média de 70 a 100 reais, no máximo, por decisão. E são decisões complexas, processos difíceis, né? Não era algo que eu poderia fazer três, quatro decisões num dia. Então, era às vezes um por dia, ou dois, a cada dois dias, um. Então era uma situação bem difícil.
Eu fiquei dia e noite trabalhando em cima desses processos pra tentar fazer algum volume financeiro pra pagar as contas básicas. Água, luz e o aluguel e a refeição, né.
Mandei vários currículos pra ver se conseguia algum trabalho mesmo que remoto naquele período. E houveram algumas pessoas, do âmbito judiciário, que entraram em contato comigo. Porém, não era possível fazer contratação naquele período por questão burocrática e nem era possível fazer as avaliações naquele início da pandemia, pra entrada em determinados lugares.
Então foi muito difícil. Eu comecei a ficar muito triste com essa situação, eu não sabia mais o que fazer. Quando chegou um determinado mês eu não tinha o valor integral; faltava pelo menos uns 30% do que eu precisaria pra pagar o meu aluguel e as coisas foram se afunilando eu não tinha mais alternativa, e como fui muito sempre fui muito comprometida com as minhas obrigações, eu não queria ficar devendo ou entrar em dívidas. Então chegou o momento em que eu tinha que decidir o que fazer. Não tinha mais como me manter.
O meu melhor amigo e a esposa insistiram por uns dois meses ou três pra que eu entregasse a casa que eu morava de aluguel e fosse morar com eles de favor na cidade do Rio de Janeiro pra eu não ter os gastos básicos. Que eu poderia recomeçar uma nova vida no Rio com eles e arrumar um emprego por lá e não ter que me preocupar com as despesas básicas de sobrevivência.
Essa foi uma das situações mais difíceis que eu já passei; humilhantes, de certa forma, como pessoa, porque sempre batalhei muito e aí vinham alguns questionamentos, né? Agora, eu nunca, nunca teria me revoltado com isso ou perdido a esperança. Eu estava realmente só abatida com tudo isso. E aí, chegou uma manhã de decisão… eu tinha que decidir o que fazer. Estava chegando o dia cinco, que era o dia de eu pagar essas contas básicas do mês e, faltando mais ou menos esses 30% pra eu fechar o valor, eu tive que tomar a decisão naquela manhã e aceitar essa proposta do meu amigo. Pra morar com eles, entregar a casa e os poucos pertences pessoais que eu tinha. Venderam alguns móveis pra eu poder me mudar pro Rio de Janeiro, mas essa não era a minha vontade, de forma alguma.
Aquilo estava me gerando bastante tristeza porque eu não gostaria de ir embora e sobretudo por este motivo né? Porque não seria por uma decisão, mas por uma necessidade.
Eu não tinha como recorrer financeiramente a ninguém, uma vez que minha família é de uma origem muito humilde. Minha mãe ganha um salário mínimo e também paga aluguel até hoje, meu havia falecido quando eu era bebê e meu irmão trabalha numa fábrica e também tem um salário reduzido, a casa e a esposa, pra sustentar.
Então, nessa manhã, quando eu tive que tomar essa decisão, meu coração estava dilacerado, estava muito triste. Eu estava “retornando pra casa”.
É importante lembrar que eu procurei, de todas as formas, fazer a minha parte. Eu procurei ainda que sem a menor possibilidade de sair fisicamente porque foi bem no início da pandemia, estava aquele caos e não existia nem vacina ainda. Estava tudo muito difícil e muito confuso, então não era possível fazer testes seletivos. Então as promessas de trabalho era só pra efeito futuro. Ainda mais no poder público… Isso me deixou triste, porém jamais desanimada. Eu nunca, mesmo em meio a tudo isso, eu nunca murmurei porque eu sempre tive muita fé de que Deus estava de fato no controle de tudo aquilo, porém, me sentia muito cansada e naquela manhã eu tive que tomar essa decisão.
Eu estava voltando pra casa do parque, certa de que chegaria em casa e enviaria uma mensagem pro meu melhor amigo, aceitando a proposta de morar no Rio e vender os poucos pertences que para poder recomeçar por lá.
Mas, para a minha surpresa, nessa manhã, eu recebi uma ligação inusitada de um amigo meu, que congrega na mesma igreja que eu, mas não tínhamos contato há meses, por questões de rotina do e do dia a dia. Ele me ligou e perguntou como eu estava. Eu fiquei um pouco surpresa com a ligação porque fazia realmente um bom tempo que a gente não se falava. Ele perguntou se estava tudo bem. Eu achei estranhas até as perguntas dele. Ele perguntou como estava o meu trabalho e se eu estava precisando de alguma coisa. E aí na ocasião eu falei: “Ah Henrique, pois é, faz tempo que a gente não se fala né”, mas falei que a situação estava difícil pra todo mundo, por conta da pandemia e tudo mais.
E na hora eu fiz uma brincadeira com ele e falei:
– Pois é, agora você veio do Rio pra Curitiba e eu vou de Curitiba para o Rio de Janeiro.
Lembro até hoje que falei isso pra ele porque ele morava no Rio e veio pra Curitiba por questões profissionais e se estabeleceu aqui há cerca de um ano e meio ou dois anos antes desse dia.
Então ele perguntou o motivo de eu estar mudando para o Rio de uma forma tão repentina. Falei que eu estava sendo meio a contragosto, mas que era necessário. Quando eu falei isso, ele ficou emocionado no telefone… e eu acabei comentando que era por dificuldade nas áreas profissional e financeira. Eu me lembro dando somente essa resposta pra ele. E aí eu vi que ele também ficou muito surpreso e emocionado. Passou uns segundos ele falou:
– “Rami, são essas as coisas que Deus faz e que a gente não tem explicação. Olha, eu estou um pouco surpreso também, um pouco extasiado até, com essa situação, mas, quando Deus faz as coisas, Ele faz do jeito dEle, né”?
Eu lembro que eu não estava entendendo nada do que que ele estava falando. Ele falou assim:
– “Olha, eu recebi, hoje de manhã, o contato de um rapaz lá de Portugal, que participa da mesma célula que eu, mas eu não conheço esse rapaz pessoalmente porque ele participa do nosso grupo virtual por conta da pandemia. Ele morou alguns anos em Curitiba e conheceu a nossa igreja, mas faz anos que ele agora mora em Portugal e então ele participa mais da célula online (…)
*Célula é um grupo de oração residencial, que reúne pessoas da mesma igreja e que são feitas nas casas de algumas dessas pessoas ou pela Internet.
(…) – “Então, nós não nos conhecemos, mas ele me chamou no privado, hoje de manhã, e pediu o número da minha conta porque ele precisava transferir um dinheiro pra minha conta! E disse também que eu saberia “direcionar esse dinheiro” para a pessoa certa, que era uma mulher que estava passando por muita dificuldade financeira, sobretudo com questão de moradia. E que era pra essa mulher utilizar o dinheiro pra esse sustento básico. O quanto fosse possível com aquele dinheiro”.
E então ele (Henrique) continuou:
– “Bom, naquele exato momento, me veio você, Rami, na cabeça, só que eu fiquei um pouco constrangido de te ligar… porque a gente não se fala há meses e eu até onde eu sabia, você estava empregada no Tribunal de Justiça”.
Então ele não sabia de praticamente nada, né? Imagina então essa situação toda.
Então ele ficou tão surpreso quanto eu e eu comecei a chorar na hora. Ele também ficou muito emocionado e aí pediu o número da minha conta pra transferir esse valor, porque agora ele sabia que a pessoa, de fato, era eu.
O valor era uma quantia bem considerável. Eu já entro nesses outros detalhes mas, uma coisa que foi extraordinária nisso, é que essa pessoa que mora em Portugal, primeiro, não conhece o Henrique, não conhecia a mim e nem sabia da minha existência, porque eu nunca fiz parte do grupo da célula do Henrique e nunca tive contato com eles. Então, essa pessoa não sabia, de fato, quem eu era, mas, dois anos antes dessa manhã, ele recebeu uma direção do Espírito Santo: ele contou pro Henrique que, um dia, ele estava caminhando na rua e o Espírito Santo falou pra ele:
– “Olha, eu quero que você comece, a partir desse mês, guardar X valor numa conta e você nunca vai mexer nesse dinheiro, até que eu te mostre pra qual finalidade ele será usado”.
E então, ele obedeceu, porque ele é cristão, já morava há alguns anos lá em Portugal e Deus já havia provado muito da fé dele lá também, Deus já havia o abençoado e cuidado muito dele por lá e ele resolveu então obedecer, mesmo achando que parecia um pouco de loucura, ele resolveu obedecer.
E ele começou a guardar, todo mês, X valor nessa conta. Aí, na madrugada que antecedeu essa manhã que eu estou contando, ele teve um sonho no qual o Espírito Santo falou pra ele que chegou o momento de ele utilizar aquele dinheiro que ele vinha guardando há dois anos, e que era pra ele entrar em contato com o Henrique da célula e que era pra ele falar pro Henrique dar direção a esse dinheiro, porque era ele (Henrique) que saberia exatamente qual era a pessoa a quem ele estava se referindo.
Ele transferiu, naquela manhã, um valor de mais de cinco mil reais (se não me engano, dava quase seis mil reais) pra conta do Henrique. Então eu acredito que essa foi a minha maior experiência com Deus, de uma forma muito declarada.
Eu passei os dados da minha conta e o Henrique me transferiu, imediatamente, esse dinheiro. E fiquei extasiada, minhas pernas amoleceram, meu estômago gelou e eu não parava de chorar. Então, quando eu cheguei em casa eu não cabia em mim de tanta alegria porque foi exatamente aos quarenta e cinco do segundo tempo que isso aconteceu, né? Em minutos, eu iria ligar pro meu amigo, pra informar a decisão de ir para o Rio, mas os planos de Deus, pra mim, não eram de mudar pra lá, então, assim, eu pude permanecer em Curitiba e com esse valor eu consegui me manter por cerca de cinco meses, pagando aluguel, água, luz e refeição. Se não fosse pela luz e refeição, essas coisas, o valor do aluguel quase pagaria um ano do meu aluguel, que era um valor relativamente baixo, porque a casa que eu morava já era alugada, de uma das minhas melhores amigas, num valor mais baixo.
E o curioso foi que, mais uma vez, Deus e suas surpresas… este valor me manteve por aproximadamente cinco meses e exatamente no mês em esse valor acabaria, eu consegui um trabalho, no lugar onde eu sempre sonhei trabalhar, que era um órgão público.
Então, além de tudo isso, eu ainda recebi essa ligação com um convite para trabalhar no Ministério Público, uma coisa também completamente inusitada, considerando que é um lugar muito disputado e que é você que vai procurar trabalho lá, né? Não é o trabalho “que vai até você”.
Tanto era um lugar onde que eu sonhava trabalhar, que eu passava na frente do prédio, anos antes disso, e pensava: “Nossa, como eu queria trabalhar nesse lugar… deve ser muito legal trabalhar aqui”.
E esse dinheiro né? Que me sustentou e foi uma provisão até exatamente o primeiro mês que eu comecei a ter renda do meu novo emprego, ainda no período de pandemia! Porque, depois disso, acho que foi cerca de quase um ano, do período da pandemia, foi que o órgão público liberou as contratações pra funcionários, no caso, para os testes seletivos, e então, eu pude ingressar novamente no poder público, mas agora no lugar onde eu realmente sonhava trabalhar. E esse foi o eu acho a situação mais declarada, o milagre mais declarado de Deus, sobre a minha vida, no âmbito financeiro.